Nossa história

O Coletivo Autônomo Morro da Cruz existe na comunidade há mais de dez anos, mas atua formalmente há quatro anos com o objetivo de transformar vidas através da educação cidadã no Morro da Cruz

As dificuldades de formalização são imensas e por vezes tudo parece agir contra a continuação do trabalho que atende 110 crianças e jovens regularmente, conhecendo a fundo suas realidades e buscando encaminhamentos quando necessário, além dos mais de 120 educandos adultos por ano em cursos profissionalizantes e oferecimento de trabalho digno a mais 30 pessoas.

Temos um olhar acolhedor, um coração esperançoso e um otimismo do tamanho do mundo para atender a comunidade. Por sermos assim, conhecemos de perto a realidade por aqui. De cada jovem que teve contato conosco e de cada família que nós ajudamos. Sabemos dos problemas, que variam desde a ausência do Poder Público até a falta de oportunidades, bem como também conhecemos o potencial que encontramos aqui.  

Somos, e gostamos de pensar assim, a ponte que liga um grupo incrível de pessoas maravilhosas, talentosas, capazes e fortes a um futuro mais igualitário e justo. Queremos fazer parte disso e vemos que hoje estamos indo na direção certa. Hoje o Coletivo conta com um grupo multidisciplinar que atende diversos projetos, sempre trazendo benefícios para as nossas crianças, adolescentes e adultos. Nós focamos em realizar ações que priorizem educação, saúde mental, tecnologia e que também sirvam como assistência.

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Missão

Promover a educação, a inclusão produtiva e o combate às desigualdades socioeconômicas através de um trabalho multidisciplinar, qualificado e afetuoso especialmente voltado às famílias da comunidade, apostando na criação de oportunidades de forma colaborativa.

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Visão

Promover a dignidade humana, fortalecer desde as crianças até os idosos da comunidade para que eles possam realizar seus projetos de vida. Estimamos até 2030 atingir mais de cinco mil pessoas.        

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Valores

Temos como valores: coletividade, a ética, a solidariedade, a sustentabilidade, o respeito e também a responsabilidade social.

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Propósito

O Coletivo Autônomo Morro da Cruz desenvolve projetos que buscam reconhecer as potencialidades e desenvolver de forma positiva as famílias que atendemos.

Quando começamos

Em 2006, a antropóloga Lucia Scalco iniciou sua pesquisa sobre inclusão digital no Morro da Cruz, através do Instituto Leonardo Murialdo. Nos seis anos seguintes, pesquisando o impacto de ter um computador em casa para pessoas de baixa renda, ela começou a frequentar a Associação Comunitária do Morro da Cruz, assessorando-a em diversas ações e projetos. Em 2013, iniciou uma pesquisa para o Ministério do Desenvolvimento Social sobre a política pública denominada Fome Zero. Algumas famílias do Beco das Pedras foram escolhidas para realizar uma etnografia e assim aprofundar o entendimento de como se alimentavam. 

No meio do trabalho, aconteceu um incêndio em uma casa de um informante, o que mobilizou os moradores do lugar e fez emergir vários problemas latentes: o direito à luz, acessibilidade, endereço, carteiro, lixo, etc. Então, desde essa época, as pesquisas acadêmicas buscavam impactar o cotidiano da comunidade e organicamente um grupo de pessoas começou a se mobilizar – Coletivo – para o desenvolvimento de projetos sociais no Morro. No inverno de 2015, aconteceu o “Mutirão do Beco das Pedras”, uma ação em conjunto com a comunidade para melhorar a circulação na área. Nessas atividades, a presença das crianças foi notada e, ao invés de retiradas, a ideia foi inseri-las através da construção de um espaço para brincadeiras e atividades. Nascia a “ESKOLINHA” – projeto que foi se transformando e se profissionalizando durante os anos até se chamar Integração Social. 

Depois de inúmeros projetos coletivos no território, em 2019, com o desenvolvimento de mais iniciativas, formalizar o Coletivo como uma Associação representou um meio de captar financiamentos, receber doações oficiais e, assim, crescer de forma sustentável. Foi um momento que marcou o nosso amadurecimento. 

De lá para cá foram dias de muita felicidade, mas acima de tudo de muita luta também. Desde a nossa formalização, recebemos muitos apoiadores, dos quais somos extremamente gratos, mas também tivemos que conviver com a triste imagem de um possível fechamento da ONG por falta de financiamento em alguns momentos. 

É uma realidade dura, mas que nos mantém mais firmes para continuarmos lutando todos os dias para deixar as nossas portas abertas. E temos esperança sobre o futuro, pois percebemos que independente da situação, o Coletivo conta com homens e mulheres que abraçam essa causa assim como abraçam seus filhos: com amor, carinho e força de vontade vê-los vencer.